terça-feira, 30 de março de 2010

A MPS.BR é nossa!

Por Marcelino Silva

Trabalho realizado junto às empresas de TI&C da Baixada Santista (SP) resulta em melhoria de processos, valorização profissional e aumento da competitividade

“O petróleo é nosso”. Esta é uma das frases mais famosas da história. Ela serviu de slogan para defender as reservas do mineral no Brasil. Já para um grupo de empresários santistas, desenvolvedores de sistemas, a afirmação da vez fica por conta da aprovação na MPS.BR (Melhoria de Processos do Software Brasileiro). Depois de meses submetidas a uma série de consultorias, as empresas Metas Sistemas, AGE Technology e Triares obtiveram esta importante certificação. Coincidentemente, seus negócios estão na mesma cidade da Petrobras UN-BS (Unidade de Negócios da Bacia de Santos). O escritório da estatal brasileira é responsável por gerenciar umas das maiores bacias petrolífera do mundo.

Voltando a falar em Tecnologia da Informação (TI), a MPS.BR é baseada nas normas ISO/IEC 12207 e ISO/IEC 15504. São modelos de processos focados nas pequenas e médias empresas fabricantes de software. A conquista do selo pelo grupo de Santos (SP) foi resultado da parceria com o Sebrae-SP. Há dois anos, ele vem realizando ações para impulsionar o setor local. Lançado em 2009, o Projeto de Fortalecimento do Setor de TI&C na Baixada Santista é um deles. No caso da MPS.BR, as três empresas certificadas receberam até 80% de subsídios financeiros durante a fase de consultorias especializadas. Em 2010, a meta da entidade é qualificar mais dez empresas do ramo de TI para obterem a certificação.

O diretor da AGE, Alexandre Ehrenberger, destaca a importância da certificação para que seu produto atenda aos clientes e forneça a qualidade exigida pelo mercado. “Ela garante organização e gestão profissional. É provável que nossos colaboradores mencionem suas experiências com a MPS.BR em seus históricos profissionais. As melhorias são votadas pelos próprios usuários, que priorizam suas necessidades. Do ponto de vista técnico e comercial, ela garante padrões internacionais de competência. Isto vale como avaliação positiva em caso de fornecimento ao setor público ou privado”.

No aspecto empresarial, Alexandre aponta os impactos da MPS.BR em seu negócio. “Crescemos em média 40% nos últimos três anos. Agora, estamos mais preparados para continuar crescendo e consolidar nossa metodologia scrum/agile com qualidade. Os processos estão fluindo, são controlados por indicadores e a empresa está maior que nossa capacidade individual. Este é um dos caminhos à profissionalização e valorização de clientes e colaboradores. Estamos muito orgulhosos”. A AGE Technology desenvolve softwares para gerenciamento ocupacional de vidas em empresas de segmentos distintos.


Equipe da AGE Technology emvolvida nos processos da MPS.BR

Para William Fernandes, analista de negócios da Meta, o ganho de produtividade, a qualidade de vida da equipe e a documentação dos processos foram os principais benefícios da MPS.BR. “O conhecimento estava na cabeça das pessoas. Agora, o fluxo está documentado, proporcionando mais planejamento nas tarefas e segurança aos clientes. Isso significa mais motivação pessoal, permitindo que as pessoas realizem outras atividades sem a dependência que existia antes. Além disso, conseguimos criar padrões usados em projetos simultâneos, diminuindo o tempo e os custos nas tarefas do dia-a-dia”.

Com relação ao futuro, ele relata que a empresa voltou melhor ao mercado depois da certificação. “Em três meses, conseguimos diminuir em 30% os custos com o tempo. Isso nos levar a crer numa lucratividade o mais breve possível. A MPS.BR foi um grande desafio, mas que valeu ainda mais depois que constatamos o orgulho e as mudanças em todos da empresa”, conclui. A Meta desenvolve sistemas ERPs e aplicativos web para comércio, educação, finanças, entre outros segmentos corporativos.


Equipe de suporte da Meta melhorou o fluxo dos processos depois da MPS.BR

Revista Brasil Comex - abril 2010 - www.brasilcomex.net.

Tecnologia de ponta a serviço do Comércio Exterior

Por Marcelino Silva

Empresa investe em foco tecnológico e desenvolve sistema ERP que promete revolucionar processos, cultura e operações de clientes, parceiros e fornecedores

O que faz uma empresa especializada em Logística e Comércio Exterior ampliar seu foco de atuação para áreas distintas? O depoimento de Sérgio Augusto Peralta dos Santos, gerente de Tecnologia da Informação (TI), da Fiorde Logística Internacional, serve para ilustrar de forma didática esta resposta. “Enquanto o cliente sonha, a gente realiza em alta velocidade. É uma receita que chamo de tecnologia na veia, onde misturamos paixão pelo Comex, modernidade e inovação”. Ele está se referindo ao SysFiorde, produto que é uma das apostas para 2010, ano em que a empresa completa 25 anos de mercado.


O SysFiorde se classifica como um software ERP (Enterprise Resource Planning), o que significa “Planejamento dos Recursos Empresariais” ou “Sistema de Gestão Empresarial”. Desenvolvido em linguagem de programação 100% Java, ele foi projetado para operar exclusivamente em plataforma web, conforme justifica Peralta. “O mundo vive em função da Internet. Nossa premissa institucional foi oferecer transparência e acessibilidade aos clientes. Do ponto de vista técnico, o Java nos oferece multiplataformas, permitindo a utilização de softwares via telefone celular, navegadores distintos, entre outros recursos”.

O sistema permite controlar etapas dos processos de importação e exportação, sem a necessidade de investimento em tecnologia por parte do cliente. Interligado ao Siscomex, ele permite consultar trâmites aduaneiros e extrair relatórios em tempo real. Peralta explica que o programa vai além do estágio fiscal. “Nossos usuários podem controlar pedidos, saldo de itens, embarques, follow-up dos processos, documentos anexos, custeio prévio, entreposto aduaneiro, back to back, admissão e exportação temporária, além de interfaces integradas com outros sistemas ERPs utilizados no mercado”.

Em alguns casos, a Fiorde customiza o sistema e desenvolve aplicações sob demanda. Chat online com o usuário e históricos encaminhados simultaneamente aos tomadores de decisão da empresa são alguns destes exemplos. “Esta versatilidade está tornando o SysFiorde uma espécie de organizador de processos internos em nossos clientes. A própria Fiorde roda 100% de sua operação nesta plataforma, eliminando trabalhos manuais, otimizando a produtividade e gerando qualidade em todo o percurso da cadeia logística. Temos uma equipe de TI que respira Comex diariamente. Este é o nosso diferencial”, revela Peralta.

Apesar dos diferenciais de mercado, o sistema é oferecido como uma forma de fidelização dos clientes junto a Fiorde. Mas para isso, a empresa fez investimentos maciços em tecnologia. Nos últimos dois anos foram aplicados cerca de R$ 700 mil em conhecimento, instalações e segurança da informação. “Internet em alta velocidade, banco de dados Oracle e aplicações Java em servidores redundantes, desenvolvedores internos na equipe de TI e Data Center próprio operando 24 horas por dia fazem parte da estrutura mantida por nós. Chamamos tudo isso de tecnologia a serviço do Comércio exterior”, conclui o gerente.

Apoiado pela empresa, Peralta é um dos idealizadores técnicos do SysFiorde

Caso de sucesso

Utilizado com eficácia por diversas companhias, o SysFiorde tem na Natura Cosméticos um de seus casos de sucesso. Com ele, a empresa pôde focar suas energias na fabricação de produtos de beleza e bem estar pessoal. A cadeia logística ficou a cargo do SysFiorde, que gerencia pedidos de importação e exportação, documentos, controla saldos, entre outros processos, gerando agilidade operacional, qualidade e satisfação ao cliente final. Mais informações sobre as empresas no
www.fiorde.com.br ou www.natura.net.

Revista Brasil Comex - abril 2010 - www.brasilcomex.net.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sebrae e empresários do setor de TI&C traçam metas para os próximos anos na Baixada Santista


Texto e foto: Marcelino Silva

















Trabalho realizado desde 2008 atinge momento estratégico e foca na inovação, certificações e aumento das vendas nas empresas locais. Cerca de meio milhão de Reais serão subsidiados em capacitação profissional

Sempre ouvimos que a Baixada Santista (SP) é a bola da vez no Brasil. Tal afirmação remete aos investimentos no complexo portuário e às descobertas de petróleo e gás na Bacia de Santos. Mas o que será do maior porto do Hemisfério Sul e da maior bacia petrolífera do País sem inovação? Atentos a essa pergunta é que a governança local, empresários e universidades estão fomentando uma nova vocação econômica regional. Trata-se do segmento da Tecnologia da Informação e Comunicações (TI&C), setor que se coloca como um dos vetores estratégicos para o desenvolvimento econômico da Região.

Uma das provas deste movimento foi a criação da Fundação de Tecnologia e Conhecimento (FTC-Santos) pelo prefeito santista. Recentemente, o Governo de São Paulo sancionou a lei que criou o Parque Tecnológico de Santos, o nono do Estado. A Associação Comercial de Santos (ACS), uma das entidades mais antigas do Brasil, também aposta na tecnologia. Em parceira com a Prefeitura, ela assinou convênio com a IBM. A ação visa a utilização da plataforma Rational-Jazz pelas empresas locais e, conseqüentemente, resolver gargalos existentes nos segmentos de logística, porto, petróleo e gás.

Neste cenário, as empresas não ficaram de fora do processo. O empresariado se organizou na Câmara Setorial de TI&C da ACS e planejou ações desde 2008. Apoiadas pelo Sebrae-SP (Escritório Regional Baixada Santista), as empresas Triares, AGE Technology e Meta Sistemas foram aprovadas pelo MPS.BR (Melhoria de Processos do Software Brasileiro). As avaliações foram entregues neste mês, em solenidade realizada em Santos. O diretor da AGE, Alexandre Ehrenberger, destaca a importância deste selo. “A certificação nos oferece um diferencial profissional. O mercado está cada vez mais exigente e competitivo. Mostrar que estamos buscando a melhoria contínua é muito importante para nós”.

Já em 24 de novembro, o Sebrae lançou o Projeto de Fortalecimento do Setor de TI&C na Baixada Santista. O evento mostrou a realidade do Porto Digital e do Centro de Estudos e Sistemas Avançados de Recife (PE). A palestra foi proferida pelo PhD Silvio Meira, um dos principais especialistas em Engenharia de Software do País. O coordenador do Softex Campinas (SP), Edvar Pera Junior, também relatou suas experiências. Isso ajudou a definir as metas do setor local de TI&C para os próximos anos. Para isso, cerca de 40 empresários foram reunidos no último dia 14 no escritório do Sebrae-SP, em Santos.

“Quando existe um setor pujante como este, o Sebrae-SP trabalha de forma coletiva. O objetivo é fortalecer o grupo e buscar soluções em conjunto. Para isso, vamos pactuar um acordo com os empresários e traçar metas até 2011. Em janeiro faremos uma oficina de planejamento estratégico. Nossa meta é qualificar mais dez empresas pelo certificado MPS.BR em 2010”, prevê Selma Luz, analista do Sebrae. Além disso, estarão disponíveis o Programa Rumo a ISO 9000, que preparará as empresas para a certificação ISO, Programa de Gestão da Qualidade, ações Inovação, acesso a tecnologia e mercado e gestão empresarial.

O gerente regional do Sebrae, Paulo Sérgio Brito Franzosi, revela que serão investidos quase R$ 500 mil no projeto, em ações de cooperação, monitoramento do trabalho, gestão empresarial, acesso a mercado e inovação. “Iremos subsidiar 80% da capacitação em Inovação e Tecnologia de cada empresa. O empresário entra com 20% de contrapartida. Os demais valores comportam visitas em feiras, missões técnicas e consultorias especializadas”. O diretor comercial da ConsulData, Ronald Ataulo, destaca a importância da iniciativa. “Após 18 anos no mercado de TI&C, enxergamos boas chances de impulsionar o setor”. O projeto tem o apoio do CIESP, ACS, PMS e Agem.